Envolvimento Estudantil

TalkMedToMe - ALUMNUS ANEM

10 jun. 2018

Informações básicas:

  • Nome -> Alberto Abreu da Silva;
  • Ano de conclusão do curso -> 2016;
  • Escola Médica -> Escola de Medicina da Universidade do Minho;
  • Especialidade Médica -> Cirurgia Geral;
  • Principais ocupações profissionais -> Fundador nobox (www.nobox.pt);                                                                                                        -> Docente na Escola de Medicina da Universidade do Minho

O que te motivou a integrar a ANEM?

-> Foi sem dúvida a vontade de ajudar a desenvolver os estudantes de medicina, as suas condições pedagógicas e de contribuir para uma causa comum. Olhando para trás, posso dizer que foi a forma mais direta de poder contribuir para uma causa social, perfeitamente integrada no meu percurso académico. Tinha também uma grande vontade de deixar algo de mim, da minha forma de trabalhar e da minha visão em toda a instituição.

Em que ano(s) fizeste parte da ANEM? Quais os cargos em cada um deles?

  • 2013: Tesoureiro;
  • 2014: Vice-presidente para Relações Externas;
  • 2015: Presidente;
  • 2016: Presidente da MAG.

Consegues contar-nos algumas das tuas principais tarefas em cada um dos cargos?

-> Naturalmente foram múltiplos. Vou destacar algumas ideias principais. O trabalho de tesouraria é muito interessante porque permite acompanhar de perto todos os projetos, contribuir para eles e estudar formas de os financiar. Nesse aspeto, a par da presidência, é um cargo muito vasto e determinante. Enquanto vice-presidente destaco que foi nesse ano que houve uma reaproximação da ANEM ao CNJ; em que se iniciou as discussões acerca do agora criado Fórum Nacional de Estudantes de Saúde; e se renovou o T4All, não organizado desde 2012, com uma maior amplitude de áreas formativas. Como Presidente deparei-me com o desafio de ter sido o primeiro ano sem vagas de internato suficientes para todos, bem como o enorme prazer de coordenar a criação do primeiro Planeamento Estratégico da ANEM e do Programa Nacional de Educação Não Formal.

Como era a dinâmica de trabalho com a restante Direção da ANEM?

-> Nos três mandatos todas as dinâmicas foram incrivelmente diferentes e peculiares. Aquilo que foi transversal às três foi a exigência do trabalho nacional aliada à amizade que existiu com a maior parte dos meus colegas de direção. Posso dizer que dos melhores momentos da minha vida vivi ao lado daquelas pessoas.

Costumavas dividir tarefas com os teus colegas? Com quem? Que tarefas exigiam especial colaboração entre todos?

-> Acredito que a delegação é essencial para a eficiência e sucesso do trabalho, e na ANEM isso não foi diferente. Não me alongando, sim dividia. Mais importante do que dividir é a solidariedade que tem de haver entre os elementos da direção, pois há sempre momentos de aflição em que temos de estar todos lá para ajudar, mesmo que não seja uma atividade diretamente sobre a nossa alçada, e as melhores ideias surgem sempre quando estamos com vários colegas de direção.

Quais pensas que foram as principais “batalhas” travadas pela ANEM nessa altura? Quais dessas constituíram vitórias?

-> Destaco, ao longo dos três anos, as defesas conseguidas na área da educação médica, em particular naquelas relacionadas com o Regime Jurídico do Internato Médico; a recuperação financeira da ANEM; o fortalecimento da importância da ANEM na IFMSA e CNJ; a potenciação do Fórum Nacional de Estudantes de Saúde; a criação do Programa Nacional de Educação Não Formal.

De que formas pensas que os estudantes viam a ANEM nesses anos?

-> Sempre tive a sensação de que a ANEM era uma estrutura distante dos estudantes, mais conhecida pelos intercâmbios e pelos CEMEFs. Tentando evitar uma vitimização de quem constitui os seus órgãos, também sempre me pareceu haver uma ideia de que a ANEM era para quem queria seguir uma carreia mais política. Não importa, no meu entender todas elas cabem dentro daquilo que um médico deve ser no futuro, e vemos ex-dirigentes da ANEM em todas as especialidades e inclusive sem especialidade, dedicados a outros projetos. Não obstante, penso que a ANEM era respeitada, e isso pautou-se por um grande empenho das direções às quais pertenci de defender os estudantes quando mais precisavam.

E as restantes organizações e entidades, como encaravam a ANEM?

-> Penso que no geral a ANEM, pelo menos ao longos dos anos que a acompanhei, sempre foi encarada como uma entidade séria e profissional, verdadeiramente empenhada e com um funcionamento interno rigoroso – tanto a nível nacional como internacional. 

Como vês a ANEM neste momento?

-> Penso que a ANEM, pelo menos externamente, não está muito diferente. Continua ativa, interventiva e a participar em atividades importantes relacionadas com os seus objetivos estratégicos. De fato o contato reduz-se drasticamente após o início da vida profissional, mas pelo que vou acompanhando penso que pelo menos externamente parece estar a ir no sentido certo; confesso não estar a par dos desenvolvimentos internos, pelo que sobre isso não me poderei pronunciar.

Foi difícil gerir as tuas tarefas em paralelo com o percurso académico?

-> Sim, foi. Gerir vida académica, com vida associativa e vida pessoal foi muito custoso, particularmente por terem sido durante 6 anos. Isto culminou num ano sabático que fiz após a conclusão de 1/3 do meu último não do curso, em 2015 (ano de presidência), por forma a conseguir abarcar todas as responsabilidades associativas (nacionais e internacionais). Contudo, acredito que com uma boa capacidade de gestão de tempo e organização há espaço para realizar atividades paralelas, como a ANEM – todos nós passamos por isso e na esmagadora maioria com sucesso.

De que forma esta experiência te capacitou a nível pessoal? E a nível profissional?

-> Sinto que me deu uma visão de sistema, permitindo-me identificar problemas agora na minha realidade profissional e enquadrá-los devidamente no nosso país e no mundo. Adicionalmente, conferiu-me um grande conjunto de competências interpessoais, que aplico não só a nível hospitalar mas também numa start up que lidero com mais 2 sócios, um deles também alumnus da ANEM.

O que dirias a alguém que gostaria de se envolver mais na ANEM ou, simplesmente, no associativismo?

-> Tentar. Quando comecei estava muito cético e a querer trabalhar pouco. Muito rapidamente isso mudou e percebi o quanto podia dar à ANEM com o meu envolvimento, assim como sentir que fazia mais do que “simplesmente estudar”, a ponto que a minha carreira associativa foi uma bola de neve. Os amigos, os momentos de felicidade partilhados e a certeza de ter contribuído para um mundo melhor fazem-me dizer com toda a certeza que não me arrependo de nada, e repetiria tudo de novo.

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